Maria Carmo Pinto entrou na TAP em 1989, quando tinha 19 anos. É chefe de cabine há 2 anos. Foi mãe pela primeira vez aos 22 anos e aos 29 já tinha três filhos. Casada também com um tripulante, sabia que as ausências seriam frequentes, tendo sido sempre necessária uma grande disciplina, e até ajuda externa. Ambos atletas - a Carmo corre maratonas e o Miguel faz triatlo - conseguiram conciliar sempre o trabalho, a família e os treinos.
“Os meus filhos não sabem como é ter uma mãe sem ser tripulante. A realidade deles sempre foi esta e as ausências sempre foram compensadas com um miminho, que por muito simples que fosse os confortava.”
Carmo trabalha há 27 anos na TAP e os seus filhos cresceram numa época em que as novas tecnologias não eram o que são hoje. Falava “uma ou outra vez” durante o tempo da estadia e hoje, com filhos de 24, 20 e 17 anos, usa as novas plataformas frequentemente e considera-se uma mãe-galinha.
Sobre a TAP, Carmo partilha que sempre se sentiu apoiada: “Sempre tive o apoio das escalas quando não conseguia fazer trocas com colegas, mas também sempre tentei cumprir com o que me pediam. O meu lema sempre foi quem dá também recebe, e isso acontece na TAP.”
Maria Carmo Pinto
Carina Roriz, assistente de bordo na TAP, recorda uma conversa que teve um dia com uma vizinha, que dizia que as melhores lembranças de infância que tinha eram com o pai, que trabalhava a bordo dos aviões da TAP e que passava muito tempo em viagem mas que, quando estava em casa, lhe dedicava todo o seu tempo. É isto que Carina procura fazer com a sua filha Carolina.
Sobre a TAP, afirma: “Felizmente trabalho numa empresa muito humana, sinto que estou à vontade para expor as minhas necessidades e tenho a certeza que fazem o melhor para que tenhamos uma vida familiar tranquila!”
Carina Roriz
Carminho vai nascer a qualquer momento. Ana Filipa Lança espera, apesar da sua profissão - também é assistente de bordo na TAP - poder estar presente em todos os momentos importantes da filha e conta com o apoio da empresa para facilitar a gestão das ausências - Ana Filipa também é casada com um tripulante - mas para já ainda está a fazer planos. “Esta profissão por si só, exige bastante de nós, seja a nível físico como psicológico. Sem familiares por perto que nos possam ajudar, iremos manter as nossas rotinas e o mesmo regime de voos. Claro está, são planos que só colocados em prática nos permitirão perceber se serão bem-sucedidos ou se teremos de fazer ajustes... tudo a seu tempo!”
Sílvia Pereira é oficial piloto na Portugália e mãe do Guilherme há um ano. “O Guilherme é muito acarinhado por um conjunto de familiares e amigos que apoiam a maternidade incondicionalmente.” Neste conjunto de apoiantes Sílvia inclui a empresa e assinala o envolvimento pessoal por parte das chefias. As novas tecnologias são uma grande ajuda, desde as aplicações de comunicação, às escalas de voo, cuidados de saúde e até infantário online. “Todo um sem fim de tecnologias que só estão off quando estou a voar.”

Sílvia Pereira
Sandra Henriques é assistente de bordo na TAP e mãe do Lucas e da Rafaela. Confessa que o seu maior receio era que o filho se sentisse abandonado nas suas ausências. Tem no entanto, tentado estar sempre presente nos momentos mais importantes do seu crescimento. “Já cheguei a ir a um espetáculo de Natal um sábado de manhã depois de ter voado a noite toda. Só tive tempo para tomar banho e seguir para o teatro. Nunca me passaria pela cabeça não conseguir ir! Troquei o voo de propósito! Nós mamãs, duplicamo-nos ou triplicamo-nos para conseguir fazer tudo.”
O dia-a-dia da família de Sandra é planeado ao máximo, desde a organização das roupas à preparação das refeições, passando pelos banhos e as brincadeiras. Lembra, no entanto, que muitas vezes é necessário ter ajuda, que esta pode ser familiar ou externa e que se sente muito apoiada pela empresa. “A vertente social da TAP e também a nossa chefia estão sempre de porta aberta no caso de estarmos com algum problema na nossa condição de mãe e profissional.” No fim, apesar dos dias sacrificados, vividos à distância, a adaptação consegue-se. "E se o Natal este ano for a 27 porque só chego nesse dia, que seja! Festejamos a 27!"
Sandra Henriques
Texto: Inês Teixeira
Fotografias cedidas pelas próprias